MINO CARTA: LULA FOI CONDENADO POR UM TRIBUNAL DE INQUISIDORES

Jornalista e escritor Mino Carta lamenta dois "eventos trágicos" em menos de 24 horas: a condenação do ex-presidente Lula e a aprovação da reforma trabalhista no Senado; ele diz ter ficado surpreso por não ver o povo reagindo, e convocou mobilização nas ruas; "A condenação de Lula, embora esperada, por um tribunal de inquisidores, dignos do tempo do santo ofício, e o enterro da CLT me fazem mal, muito mal por dentro. Nos meus piores pesadelos nunca imaginei que poderíamos chegar à situação atual. O que estamos vivendo é o pior do pior"; assista

13 DE JULHO DE 2017 ÀS 12:29

O jornalista e escritor Mino Carta lamentou em vídeo dois "eventos trágicos" em menos de 24 horas: a condenação do ex-presidente Lula pelo juiz Sérgio Moro e a aprovação da reforma trabalhista de Michel Temer no Senado. Ele ficou surpreso por não ver o povo reagindo, e convocou mobilização nas ruas.

"A condenação de Lula, embora esperada, por um tribunal de inquisidores, dignos do tempo do santo ofício, e o enterro da CLT me fazem mal, muito mal por dentro. Nos meus piores pesadelos nunca imaginei que poderíamos chegar à situação atual. O que estamos vivendo é o pior do pior. Vivêssemos nós num país digno da contemporaneidade, provavelmente os brasileiros hoje teriam parado o Brasil. Infelizmente isso não se dá, e é exatamente nisso que confia a casa grande, para agir como está agindo".

Mino diz, porém, que ficou "empolgado" com a atitude das senadoras que ocuparam a Mesa Diretora do Senado, impedindo por mais de seis horas a votação da reforma. 

"Nesta tragédia louca houve um gesto que me empolgou, um gesto de autoria de três senadoras do PT, capitaneadas por uma delas, a senadora Gleisi Hoffmann, na sua qualidade de presidente do PT. isso me animou porque mostrou uma vontade de combate, uma vontade de resistência, aquilo que eu acho indispensável. O gesto das três senadoras me anima, ele quer dizer que alguém está entendendo que na nossa inércia, no nosso medo é que os senhores da casa grande confiam e fazem o que estão fazendo".

Mino carta acredita que só o povo conseguirá fazer o Brasil sair do domínio da "casa grande". "Jagunços se instalaram no poder, e algumas quadrilhas controlam os destinos do País. Chegou a hora, para quem defendeu ser de esquerda, repensar em tudo, hora de reorganizar as fileiras, de entrar fundo para encontrar as condições para o povo brasileiro, que é espezinhado diariamente pela casa grande, punido de mil maneiras. Espero que quem acreditou em conciliação consiga compreender a tragédia que se abate sobre nós".